domingo, 21 de dezembro de 2008

Vermelho Sangue 1º episódio

De alguém que merecia mais com menos esforço, história real ou não, merece atenção, reavalie seus conceitos, até onde a mente controla oq acontece?

Primeiro dia de aula. Quase não dormi. Vai ser um dia de merda mesmo. Levanto e começo meu ritual matinal. Dentes. Cabelo. Olho no espelho. Vejo a razão do desprezo que as pessoas têm por mim. Gordo. Torto. Espinhas. Diferente dos boys da minha classe.

Papis vai me levar. O discurso de sempre. “Esportes, exercício”. “Você fica ai, nessa merda de computador”. O carro pára. Dou uma olhada lá fora. ELA está na frente do portão. Admito, é linda, seu cabelo loiro cacheado, seus olhos verdes, suas covinhas. Não tem jeito. Passo por ela. Cabeça baixa. Mesmo assim, o terrorismo. “Seu gordo escroto, sai de perto de mim, você é mais tonto que pinto de ator pornô”. HAHA. Vadia.

Minha classe tá zuada. Como sempre. Corro meus olhos por ela. Tanta gente escrota num lugar só. Não encontro o Luke. Finalmente cai a ficha. Ele mudou de cidade. Esse apelido do Jorge era especial. Combinava com o meu, Jabba. Luke e Jabba. Quase gays. HAHA. Coloco o fone de ouvido. Indie rock. Emo o suficiente pro momento. Posso ver a boca do boyzinho me xingar.

Aula inútil. Sim, inútil. Foda-se minhas notas, mesmo altas ninguém me respeita. Intervalo. Cantina. Suco. Salgado. Vitor chegando. Tapa no cotovelo. Perdi meu suco. “FDP!”. Ele ouviu. “Qual é Jabba? Você que é filha da puta, sua mãe bebeu um coquetel de detergente por sua culpa, cabaço.” Fico sem resposta. Uma lágrima cai do meu rosto. Molha o chão. Risadas. Insultos. Eu chorando. As aulas estão de volta.

Professor falta. Acaba mais cedo. Resolvo ir ao shopping. Saindo pelo portão principal, eu vejo uma mendiga entrar. Estranho. Trombo com a OGRA. Lorena, quando ainda gostava dela. Até hoje me lembro da cartinha “Lorena S2” e do “sai fora escroto” seguinte. O namorado dela, OGRO, vê a trombada. Mete um soco no meu estômago. Caio no chão. Eles aproveitam pra bicudar. Levanto. Shopping. Pertinho, vamos.

Shopping. Tédio. Loja de ferramentas. Chave de fenda nova. Terminar meu helicóptero. Voltando pra casa. Encontro o OGRO. Ótimo. Acerta meu nariz. Sangue salgadinho. Ele provoca. “Não sabe nem se defender”. Eu tiro a chave de fenda pra ameaçar. O álcool no corpo dele faz ele avançar. SIM.

SANGUE. Não é meu. É da tripa do ogro. Agora minúsculo, se contorcendo no chão. Sadicamente, eu dou risada. Ele xinga, pede ajuda. Meus olhos brilham com o sofrimento dele. Até que pára. Choque de realidade. Jabba assassino. Convenientemente num beco escuro. Jabba assassino. Sangue do ogro na minha mão. Jabba Assassino.

Um comentário:

Bari disse...

Sorte que sempre fui amigos dos varios "Jabbas" no mundo !!!
Keep Walking around !